O Que Dizer das Flores da Maria Isaac
ISBN: 9789899039438
Edição: 05-2021
Editor: Cultura Editora
Páginas: 224
Género: Romance
Onde Comprar
Wook
Bertrand
Goodreads: 4,21✯ (aqui)

Sinopse

Bem-vindo a Mont-o-Ver!
Português que se ponha a caminho da montanha, no inverno, ou da praia, no verão, é certo passar por esta planície de canaviais; mais certo ainda, nem dar por ela. A velha linha férrea passa-lhe ao lado e os comboios já nem sequer abrandam por aqui. Em tanto espaço igual, esta é paisagem fácil de se perder.

Pois permitam que vos apresente os ilustres da vila.
O padre Elias Froes, o homem santo que tem por hábito gastar tempo a pensar no mundo, raramente em si próprio. Guarda segredos que mais ninguém sabe.
Catalina Barbosa, aventureira e contestatária. Menina bem-comportada apenas aos domingos, quando a avó a amordaça dentro de um vestido bonito para ir à missa.
Rosa Duque, a mulher que, em tempos, teve tudo para ser feliz. Foi vencida por um coração partido e resgatada por uma flor.
Zé Mau, o terror na vida das crianças. Os irmãos Mondego, os vilões nas histórias dos adultos.
Este vilarejo pode até ser pequeno e parado, mas está cheio de gente atrapalhada com muita vida para esconder.

Descubram comigo o que aconteceu, afinal, na noite do grande incêndio de há uma década e quem são os verdadeiros heróis desta nossa história pitoresca, temperada com os habituais mal-entendidos.
Bem-vindo a Mont-o-Ver!

A Minha Opinião

Esta vai ser uma opinião a quente, acabei o livro há pouco mais de duas horas, e ainda não sei bem o que pensar.
Antes de mais quero frisar que eu não sabia ao que ia. Não li o livro anterior da Maria, apenas tinha ouvido falar bem dele, não sabia a história, só que ele era muito recomendado. Amanhã poderão encontrar o livro nas livrarias, e eu, uma privilegiada, vi a oportunidade de o ler primeiro e não resisti.

Todo o enredo passa-se em Mont-o-Ver, uma aldeia em Portugal, a caminho da desertificação. A autoestrada fez com que poucos turistas por lá passassem, e na verdade pouco havia para ver. O centro de saúde e a carreira já há muito que não faziam parte da aldeia, por falta de pessoas que o justificassem.

Durante todo o livro vamos conhecendo diversas personagens, histórias que se interligam, mas o foco é nos Barbosa. D. Ofélia, a mãe de família, que carregava às costas o fardo de toda a família. O marido, um bêbado, Lídia, a filha mais nova que tinha engravidado adolescente, Celeste, a sua filha mais velha, que já tinha três filhos e por fim Antónia, a preferida, a que tinha sido bem-sucedida na vida. Esta é a família principal do livro.

Confesso, desde já, que não é o género de livro que tenho por hábito ler, mas curiosamente até gostei.

É um livro sobre aquela gente, sobre os ricos e os pobres e sobre um grande mistério que foi o incêndio da igreja. Esperamos todo o livro para saber o que aconteceu, que apenas é revelado nas últimas páginas. Contudo, achei o livro pequeno demais, e com muitas histórias que ficaram em aberto e que como leitora gostaria de saber como evoluíram.

É fácil revermos as personagens em pessoas ou estereótipos que conhecemos, pelo menos para quem, como eu, vive numa aldeia, ligeiramente mais movimentada que Mont-o-Ver, mas no fundo ao nível das pessoas vai tudo dar ao mesmo, e isso foi sem dúvida uma das coisas que mais gostei.

Em suma, foi uma boa leitura. É um livro simples, que nos apresenta uma aldeia como muitas pelo nosso país fora, que nos deixa até às últimas páginas sem saber bem o que vai acontecer, e que quando acaba nos faz querer mais.

Classificação

Rating: 4 out of 5.

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