Mais uma terça feira, mais uma conversa literária. Desta vez vamos para um mundo mágico, de super-heróis e bruxas.

Muito obrigada por me cederes tempo para esta entrevista.
Quando e como é que a escrita apareceu na tua vida?

Muito obrigada eu, pela oportunidade. A escrita apareceu na minha vida no oitavo ano. Era a febre do Twilight e uma amiga minha mostrou-me que estava a escrever uma fanfic de vampiros e basicamente apresentou-me ao mundo das fanfics e dos blogs em que as pessoas partilhavam as suas histórias. Nesse dia dei por mim a pensar “Hum, eu podia fazer isto”, e desde aí nunca mais parei. Comecei com fanfics também, na altura das séries Supernatural e Charmed, e passado algum tempo passei para originais. Criei o meu blog (já há muito apagado) e comecei a publicar história atrás de história.

A Defensora do Oculto é o teu primeiro livro. Como surgiu a ideia para o enredo principal do livro?

A ideia surgiu de duas formas: quando era miúda adorava ver As Navegantes da Lua, e em crescida tinha imensa pena de não haver nada do género para a minha idade; e, depois, fã de super-heróis, sempre me meteu impressão o facto de “o escolhido” ou “a escolhida” conseguir tornar-se bom a salvar o mundo quase sem esforço, e foi isso que tentei contrariar com A Defensora do Oculto.

Porque é que optaste por criar uma cidade fictícia Diamond City, e não transportar a história para uma cidade que já existe?

Na altura, e sendo uma história de fantasia, não me fez sentido utilizar um sítio real. Criei Diamond City porque pude também moldá-la à história e dar-lhe aquilo que precisava de ter. No entanto, no terceiro livro, irão aparecer algumas cidades reais – agora quais… terão de esperar.

Até que ponto as personagens que criaste foram inspiradas em pessoas reais?

Embora já as tenha criado há imenso tempo, creio que não me inspirei em pessoas reais. Todas as personagens têm um pouco de mim, mas também todas têm coisas que eu não tenho. Acho que de certa forma acabei por ir buscar inspiração não para as personagens, mas para algumas das relações entre elas, por entre os meus amigos, a minha família e mesmo, por vezes, o que eu gostaria que existisse.

Escreveste a sequela da Defensora do Oculto, que foi lançada no fim de 2020. Era algo que tinhas pensado desde início, ou foi algo que sentiste necessidade ao chegar ao fim do livro?

Quando tive a ideia da história, idealizei-a logo para quatro livros. Antes de começar a escrever o primeiro delineei tudo o que se iria passar em cada um dos quatro e só depois coloquei mãos à obra. Anos depois de os ter finalizado, e um ano antes de lançar A Defensora do Oculto 1, tive a ideia para um quinto livro que, entretanto, já finalizei e que dá o fim que a história e as personagens merecem.

Tendo em conta a forma como termina este segundo livro, haverá um terceiro. Para quando o podemos esperar?

Haverá, garantidamente, um terceiro (um quarto e um quinto!). A minha ideia sempre foi lançar um livro por ano e, até agora, manteve-se. Lancei o primeiro em junho de 2019, o segundo em setembro de 2020, e o terceiro provavelmente sairá mais perto do final de 2021. Sem promessas, mas farei por isso.

Há intenções de haver mais livros, além deste terceiro?

Sim! Comecei a escrever o quinto livro a “medo”, como se pudesse arruinar a história por ter sido algo que me “chamou” tantos anos depois, mas agora percebo que era mesmo o que a história precisava para ter mesmo um fecho. Por isso, quando lancei o primeiro a intenção era publicar quatro, mas agora sei que acabará com cinco.

São livros, considerados pelo seu tamanho médios, mais ao menos, quanto tempo demoraste a escrever cada um dos livros?

Já não me recordo ao certo, pois escrevi-os algures entre o 10º ano e o 1º ano de faculdade, mas recordo-me que um deles escrevi durante o verão, por isso dois/três meses. Claro que atualmente, para os lançar, demoro mais tempo a rever porque a Andreia dessa altura cresceu e sente a necessidade de adaptar o que está feito para trazer a público, e aí posso dizer que demoro também outros dois mesinhos em revisões e alterações, tentando sempre manter a ideia original.

Publicaste ambos através uma editora vanity, a Chiado, como está a ser a tua experiência ao trabalhar com a editora?

A minha experiência vai um pouco ao lado da experiência da maior parte dos autores, talvez porque quando assinei com a Chiado já sabia para o que ia e que todo o trabalho de promoção e divulgação seria meu – mas, como sou profissional de relações públicas e marketing, pensei “e porque não?”. Por isso, posso dizer que as minhas expectativas não foram furadas; tem coisas boas e tem coisas menos boas, penso que o importante é que a pessoa não vá iludida. Noto que existe um certo estigma por ser um livro da Chiado por parte de alguns leitores e em parte entendo porquê, porém existem muito mais editoras vanity com piores condições para os autores e foi por isso que decidi manter o segundo livro também com a Chiado.

O que gostarias de ter sabido antes de publicares o teu primeiro livro?

Honestamente? A emoção que ia ser. Acho que teria publicado mais cedo. Todas as mensagens, o feedback, as teorias em volta de algo que criaste é incrível e acho que compensa tudo o que possa ser menos bom ou mais frustrante.

Qual consideras ser a importância das redes sociais, principalmente dos bookstagrammers, bloggers, booktubers para o sucesso de um livro?

Sinto que são fundamentais. Para todos os produtos é importante encontrar um público-alvo, e o meu público-alvo está aqui; leitores e leitoras que gostam deste género de histórias, que não têm medo de apostar e divulgar autores mais desconhecidos. Sinto que têm vindo a crescer desde há dois anos (que foi quando conheci estas comunidades) mas que ainda há bastante margem de manobra. O digital é uma grande parte do futuro e é algo em que algumas editoras começam a apostar, mas que ainda poderiam apostar mais.

Um dos grandes desafios numa edição de autor é a promoção da obra. Quanto tempo gastas em média na promoção dos teus livros?

Nunca parei para pensar, mas posso dizer que é imenso. Lá está, com o lançamento dos meus livros aliei duas grandes paixões: a escrita e a comunicação. Fazer o plano de divulgação de um produto só meu é incrível, delinear a estratégia e tácticas e estar sempre a pensar no que fazer a seguir é algo que já me sai naturalmente pois é literalmente o meu trabalho, por isso adaptá-lo a algo meu é algo que não considero propriamente trabalho devido ao gozo que me traz. Mas a verdade é que é um investimento de tempo enorme. Ao longo destes dois anos, além dos giveaways comuns, já organizei leituras conjuntas, desafios que duraram até 1 mês para leitores e não leitores dos meus livros, desafios flash, decidi aventurar-me também nos reels porque percebi que não havia muitos autores a fazer, o que envolve gravações, edições… é um mundo, e é fácil perdermo-nos nele. Posso dizer que não existe um dia em que não esteja presente.

Se tivesses a oportunidade de jantar com um autor, vivo ou não, qual escolherias? E que pergunta não deixarias de lhe fazer?

Adorava jantar com a Colleen Hoover, uma das minhas autoras preferidas atualmente. Gostava de lhe perguntar de que forma esquematiza as histórias, qual o método que usa, onde vai buscar as ideias… e se me autografa todos os livros que tenho dela, obviamente.

O que nos podes contar sobre os teus projetos futuros?

Tirando a continuação da saga d’A Defensora do Oculto, terminei recentemente um romance YA que está nas mãos das minhas beta readers para depois regressar à base e ser todo revisto. A curto prazo, é o que planeio lançar e estou muito curiosa para ver as reações dos meus leitores pois é algo completamente diferente daquilo a que estão habituados. Gostava muito de o trazer a público no início do próximo ano.

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