Regresso com uma das rubricas que iniciei à pouco tempo, mas que tenho tido muito gosto em trazer aqui para blogue. Hoje teremos uma blogger, recente youtuber, e escritora, Ana Rita Correia. 

Desde já muito obrigada por deixares aqui no blogue o teu testemunho. Acho que devo começar pelo início, quando nasceu o teu gosto pela escrita?

Eu é que agradeço o convite e oportunidade.
Desde muito nova sempre gostei de escrever, de fazer cópias e ditados. Mais tarde comecei a escrever os meus poemas (quando achava que tinha veia poética) e quando isso me passou comecei a escrever pequenas histórias num caderno que ainda hoje o guardo com muito carinho. Na capa escrevi “Páginas de Liberdade” e nele constava várias pequenas histórias que me ia na imaginação. No liceu deixei de escrever e comecei a ser devoradora de livros, sobretudo de Nicholas Sparks. Sonhava um dia escrever como ele, mas nunca me passou pela cabeça publicar um livro. Só mais tarde é que esse desejo/sonho começou a formar-se.

Tendo começado pelo Wattpad, e aparecendo na esfera internacional cada vez mais autores vindos do mundo online, como a Anna Todd ou em Portugal a Sofia Silva, em que medida achas que é uma plataforma para descobrir novos talentos? 

Confesso que não ligo muito ao Wattpad, sempre fui e sempre serei fã dos livros em papel mas acho que cada vez mais temos jovens autores que sonham lançar-se no mundo da escrita mas falta-lhes aquele empurrão ou aquela confiança de mostrar ao Mundo as suas palavras. Por isso acho que o wattpad é uma ferramenta que de certa forma nos faz chegar às pessoas e receber as suas opiniões antes de arriscarmos no mundo real.

Tens algum ritual de escrita? Se sim, qual?

Tenho um que não pode faltar. Música! Coloco os headphones e perco-me na minha imaginação. Deixo tudo fluir, mas não pode ser qualquer tipo de música, tem de ser aquela playlist que tenha a ver com a história que já tenho mais ou menos alinhava na minha cabeça para me ajudar a fluir mais facilmente as ideias. E escrevo sobretudo à noite. Não sei porquê (risos).

Qual é a tua maior inspiração para criares as tuas histórias?

As pessoas da minha vida, sem dúvida. Apesar de ser praticamente tudo ficção, as personagens têm sempre um traço ou outro as pessoas da minha vida, sem dúvida. Apesar de ser praticamente tudo ficção, as personagens têm sempre um traço ou outro de alguém que passou pela minha vida algures no tempo. Digo sempre isto nas apresentações; as pessoas passam pela nossa vida, umas ficam, outras, inevitavelmente acabam por partir, mas deixam sempre algo em nós, alguma marca na nossa vida. E é nessas pessoas que me inspiro, pois são elas, sem tudo o que me ensinaram, eu não seria o que sou hoje.

Se tivesses a oportunidade de te encontrar com um escritor/a à tua escolha, quem escolherias e porquê?

Nicholas Sparks!! Sem dúvida que foi graças a ele que descobri que amava ler e viajar através das palavras dele. Ainda hoje é o meu escritor preferido e sempre será.

O que lhe perguntarias?

Primeiro desmaiava (risos) depois perguntava-lhe como é que ele escreve tão bem e onde/quem se inspira para criar livros magníficos que chegam aos 4 cantos do Mundo – ou quase.

Hoje em dia em Portugal, o setor editorial está cada vez mais em baixo. Para ti qual é o problema central?

O meu problema é o mesmo de todas as pessoas praticamente: o alto custo que as editoras nos pedem para publicar os nossos livros. Acho que poderia ser mais acessível ou negociável. Deveriam apostar nos jovens escritores antes que o mundo da escrita morra.

à conversa com Ana Rita Correia

Quais foram as maiores dificuldades que enfrentaste na tua jornada de edição do livro?

Tirando a parte financeira, também foi muito difícil encontrar uma editora séria e acessível, tendo em conta testemunhos de vários escritores com quem falei e me “assustaram” com as críticas às editoras. Então um desses escritores aconselhou-me a apostar na edição de autor. É muito, muito diferente de termos alguém a cuidar de tudo para nós, mas pelo menos sabemos com quem podemos realmente contar e controlamos melhor a situação.

Entrando num caminho de edição de autor, não é mais complicado chegar junto dos leitores, principalmente tendo em conta que habitualmente vendem-se mais livros através das grandes cadeias de distribuição?

É muito mais complicado, mas temos sempre de arranjar alternativas junto de livrarias/papelarias e termos a nossa “loja online” dando a oportunidade de também adquirirem um livro autografado por nós. Aqui estamos por nossa conta, é muito mais complicado, muito mais trabalhoso, mas controlamos melhor a situação e é mais económico publicarmos. 

Sendo o romance um dos géneros com mais livros e mais queridos do público. O que achas que ele tem que o distingue dos outros?

Acho que se distingue dos outros por não ser o típico romance. Fala de amor, mas não apenas do amor romântico, mas sim do amor pelos nossos amigos verdadeiros, pela nossa família, por nós próprios. Tem também aventuras e travessuras típicas de jovens, mas agora quando leio o que escrevi, posso sentir a evolução das personagens enquanto pessoas ao longo do livro e do quanto cresceram e certamente aprenderam uns com os outros. 

O que dirias a alguém para a convencer que devia comprar o teu livro?

Por norma basta eu falar no que consta a história para ficarem logo curiosos, nunca tive de convencer ninguém. Quando digo que retrata a história de 5 jovens que se perderam algures na estrada da vida, dos erros que cometemos, das segundas oportunidades, da amizade, da lealdade e acima de tudo da nossa família e do que fazemos por eles, dos erros que por vezes cometemos para os proteger, ficam logo com a pulga atrás da orelha.

Acho que é uma história que poderia acontecer a qualquer pessoa. É demasiado… realista. Não é nenhum conto de fadas e acho que nos faz pensar um pouco nas nossas vidas, no que temos feito e no que podemos fazer para sermos pessoas melhores. 

O é que é que tu sempre quiseste?

Acho que nunca tinha pensado nisso. Mas o que eu sempre quis foi ver a minha família, as pessoas que me são queridas, bem e felizes. Sempre quis ter saúde para fazer o que mais gosto, para ter energia e gosto de viver, realizar os meus sonhos, correr atrás dos meus objetivos. Uma lição que aprendi neste último ano é que se eu tiver saúde consigo fazer tudo o que quiser e ter força para lutar pelo que quero. Sem saúde não se faz nada. Tirando a minha saúde que tem andado meio abalada, mas que tenho fé que em breve tudo se resolve, «Tenho Tudo o que Sempre Quis.», mais do que nunca. 

Existe alguma inspiração na realidade para as personagens que criaste?

Como referi numa pergunta acima, as pessoas que passaram pela minha vida ao longo dos anos, as que ficaram e as que partiram, deixaram pedaços seus em mim, deixaram a sua marca na minha vida e foi graças a elas que o meu livro aconteceu. Foi nelas que me inspirei para criar personagens tão…humanas e reais com os problemas de qualquer pessoa. Com os dilemas, erros etc. 

E por fim, se tivesses a oportunidade de voltar atrás no tempo, o que dirias aquela rapariga que escrevia as suas histórias num caderno?

Diria “Ainda muito está por vir. Não será fácil. Haverá muitos obstáculos, muitas pessoas invejosas e mesquinhas a torcer para que não consigas, mas tu vais conseguir. Vais ser superior a isso tudo e irás mudar a vida de alguém com as tuas palavras, pois saíram do teu coração para entrar no coração dos leitores. És mais forte e corajosa do que pensas. Arrisca e não desistas…nunca. Essa palavra não consta no nosso dicionário. E já agora, não te esqueças de ser feliz, todos os dias.“

Podem encontrar a Rita nas suas redes sociais, onde também podem encomendar o livro dela!

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5 Comments

  1. Adorei a entrevista!
    Não conhecia a autora, mas através das perguntas bem formuladas, fiquei com uma excelente impressão sobre a Ana Rita, é realista e sim todas as pessoas de uma forma ou de outra vão nos marcando ao longo da vida.
    Muito curiosa em relação ao livro 😉
    Parabéns a ambas e continuação de sucesso!

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