A conversa de hoje é com a Lídia Dias, uma das 16 autoras da antologia de contos de terror Sangue. Já participou em várias coletâneas de contos e ideias para criar mais histórias não lhe faltam, apenas falta tempo. Convido-vos a conhecer melhor a autora.

Desde já agradeço a sua disponibilidade para conversar comigo. A Lídia trabalha na área da publicidade e do marketing. Como promoveria um livro de terror?

As redes sociais têm feito muito pela leitura nos últimos anos. Há livros a tornar-se virais e a desaparecer das prateleiras depois de serem divulgados no Instagram ou no Tik Tok. Por isso, diria que, para além de todo o circuito tradicional, é importante abrir as portas às redes sociais e usá-las como ferramenta para chegar a mais leitores.

Qual a maior dificuldade quando se escreve um conto?

Para mim, a principal dificuldade é conseguir criar o ritmo necessário para prender o leitor do início ao fim. Quando lemos um formato longo, estamos preparados para os diferentes ritmos, à medida que a história se desenvolve. No conto, o ritmo tem de ser muito mais acelerado, captar a atenção desde o início. Creio que esse é o maior desafio.

Neste conto qual foi a sua inspiração para a criação do enredo?

Tendo apenas a definição de “sangue” como ponto de partida, decidi, desde o início, que queria abordar o sentido literal e figurativo da palavra. Tudo o resto nasceu daí.

Quando começou a escrever já tinha todo o enredo delineado, ou foi algo que fluiu ao longo da escrita?

Foi um processo meio febril, fui escrevendo sem grande direção, voltando atrás, apagando, reescrevendo, até que cheguei a um ponto em que disse “é isto”.

O que a cativa em escrever no género de terror?

O terror é um dos “parentes pobres” da literatura. Se dizes que gostas ou escreves terror, és logo empurrado para a prateleira da “escrita fácil”. No entanto, é dos géneros mais difíceis de escrever. Para ser bem feito, tens de ter muitos demónios dentro de ti. Eu tenho os meus.

Já publicou algum livro, mesmo que sob um pseudónimo?

Participei noutras duas coletâneas, uma que saiu em 2019 e outra que está para sair.

Qual é o livro que considera ser o livro para da sua vida?

Seria injusto nomear um livro como livro da minha vida. Tenho vários, consoante as fases/idades. Há livros que me marcaram muito, porque os li no momento certo, e me ajudaram a passar por situações menos boas.

Olhando para o panorama literário nacional qual é o/a autor/a que é para si uma referência?

Afonso Cruz e Dulce Maria Cardoso.

E porquê?

Escrevem como eu gostava de escrever e pegam no mundano, no banal, para criar as mais maravilhosas histórias.

Do género “quem leu o livro x gostará da Antologia Sangue”, que livros escolhia?

Qualquer um de Stephen King.

Por fim, o que nos pode contar sobre os seus projetos futuros?

Tenho muitos. O meu caderno de apontamentos está repleto de ideias para desenvolver em futuras histórias. Estou a trabalhar numa, mas nem sempre consigo ter o ritmo que gostaria.

Onde pode conhecer mais sobre a autora

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