Olá Sebastião, desde já muito obrigada por me ceder esta entrevista.
Como surgiu o seu gosto pela leitura e pela escrita?

Olá Liliana, o prazer é todo meu. Ora, desde que aprendi a ler que fui remetido ao mundo dos livros. Havia de ter sete ou oito anos quando me compraram o Harry Potter e a Pedra Filosofal. Comecei a ler devagar, palavra a palavra e passado algum tempo consegui terminar o livro e pedi o segundo volume. Foi assim que comecei a ler.

Agora para escrever foi um pouco mais caricato. Não sei bem quando começou, há de ter sido algures em 2017. A vontade surgiu de forma espontânea e o gosto também. Desde então vou tentando melhorar-me.

Como surgiu o convite para participar na antologia de contos Sangue e qual o seu primeiro pensamento quando o recebeu?

Uma boa amiga desafiou-me a escrever alguma coisa para a Antologia. Gosto de escrever sobre os grandes mistérios da alma humana, como poderia recusar? (Risos)

O seu conto é intitulado de Os Fumos. Qual a sua inspiração para o enredo?

Escrever sobre Sangue não foi uma tarefa fácil. A minha preocupação com qualquer história é a de sentir e fazer sentir as personagens e os ambientes em elas se inserem. A minha primeira pergunta foi: “Como vou fazer da violência algo belo, algo artístico, que possa ser sentido?”. De seguida, senti que o ambiente teria de ser opressivo… Foi um princípio.

Quando começou a escrever já tinha todo o enredo desenvolvido na sua cabeça, ou foi algo que fluiu à medida que escrevia?

Sim, faço sempre um esquema antes de começar a escrever, ajuda-me a perceber aquilo que quero sentir com cada obra.

Já publicou algum livro? Mesmo que com outro nome?

Ainda não, mas planeio fazê-lo em breve, quando algum dos meus projetos estiver concluído.

Se tivesses a oportunidade de jantar com um autor, vivo ou não, qual escolheria? E que pergunta não deixaria de lhe fazer?

Camilo Castelo Branco. Perguntaria: “Como arranjou motivação e força para escrever uma obra-prima no cárcere e em apenas 14 dias?”

Que livro (já publicado), gostaria de ter sido o Sebastião a escrever?

É uma boa pergunta. Acho que nenhum. Os livros fazem-me feliz, mas não me consigo encontrar num livro que não escrevi. Se tiver de dizer um título, direi O Livro do Desassossego de Fernando Pessoa. Não o escolho por ser uma obra de Pessoa, mas por o seu autor nunca ter dado uma ordem aos troços que compõem as mais variadas edições do Desassossego. Fascina-me a possibilidade de se transcender o próprio espaço-livro…

Qual é a sua leitura atual?

Drácula de Bram Stoker. Ofereceram-me recentemente uma muito elegante edição da Collector’s Library, em capa dura. Não gosto de julgar os livros pela capa, mas… é difícil resistir a uma edição bonita de um clássico.

Do género “quem leu o livro x gostará da Antologia Sangue”, que livros escolhia?

Recomendaria Hoffman, Edgar Allan Poe e Álvaro do Carvalhal.

 Por fim, o que nos pode contar sobre os seus projetos futuros?

Tenho vários. Estou atualmente a trabalhar num romance de cariz sobrenatural e tenho vários contos planeados. Enquanto artista estou naturalmente preocupado com a Sensação. Interessa-me sobretudo escrever sobre sensações que ainda não foram postas em palavras. Quem gostou d’Os Fumos, poderá gostar do que aí vem…

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